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Radioterapia para o Tratamento do Câncer de Próstata

Radioterapia para o Tratamento do Câncer de Próstata



O Novembro Azul enfatiza a importância dos homens a partir dos 50 anos consultar um urologista para ter a próstata examinada e para colher exames de sangue, incluindo a dosagem do PSA, substância que aumenta no sangue na presença do câncer de próstata. A campanha também enfatiza que os homens com histórico familiar devem iniciar esses cuidados aos 40 anos.


Além da prevenção, é importante os homens saberem das opções de tratamento atualmente disponíveis para se alcançar a cura definitiva dessa doença.

O câncer de próstata é o tumor mais frequente e a terceira causa de morte por câncer entre os homens. Se diagnosticado precocemente, as chances de cura são muito altas, passando de 90%, e a intensidade e duração dos tratamentos são bem menores do que se diagnosticado em fases avançadas.

   
Os dois principais tratamentos curativos nas fases iniciais da doença são a cirurgia para remoção de toda a próstata e a radioterapia que deve englobar pelo menos toda a próstata e, em algumas situações, também as vesículas seminais.

   
A radioterapia é realizada através da emissão de radiação ionizante de um aparelho que fica a um metro do paciente, chamada teleterapia ou radioterapia externa, ou através da colocação de material radioativo no interior da próstata, chamada de braquiterapia ou implante intersticial.
   
Na radioterapia externa, a radiação é depositada em toda a próstata através de um aparelho chamado acelerador linear. Esse tratamento é como um banho de luz direcionado para a próstata. Para atingir a próstata sem prejudicar os órgãos normais, como bexiga e intestino, o planejamento desse tratamento é atualmente realizado por sofisticados programas de computador que informam como a máquina deve liberar a radiação concentrada na próstata sem atingir as áreas normais.
   

Para essa concentração de dose na próstata, duas técnicas de radioterapia externa foram desenvolvidas nas últimas décadas. A primeira foi a radioterapia conformada que utiliza exame de tomografia computadorizada para delimitar e informar ao sistema de planejamento computadorizado a localização das estruturas anatômicas e, com a distribuição de várias entradas do feixe, concentrar a dose de radiação na próstata.


A segunda foi a radioterapia de intensidade modulada, conhecida pela sigla inglesa IMRT ("Intensity Modulated Radiation Therapy”), desenvolvida a partir da radioterapia conformada e que, como o próprio nome indica, modula a intensidade da dose de radiação por onde o feixe atravessa. Isso ocorre através da movimentação de lâminas na frente do campo de radiação, que filtra ou permite mais radiação no local tratado. Como resultado, a distribuição de dose na próstata é mais concentrada do que na radioterapia conformada.

   
Dados da literatura mostram que a radioterapia possui os mesmos resultados curativos da cirurgia quando o tumor está confinado apenas na próstata. A decisão entre cirurgia ou radioterapia deve ser discutida com os médicos especialistas para que esses expliquem as características e os efeitos de cada um desses tratamentos, de acordo com as características de cada paciente.


Uma vez decidida pela radioterapia, o paciente vai passar pelo processo de planejamento. Isso consiste na realização de um exame de tomografia na mesma posição em que serão realizadas as aplicações de radioterapia. Feito esse planejamento, as aplicações são agendadas em um determinado horário no Serviço de Radioterapia. Essas são rápidas, diárias, em torno de 15 minutos, e o paciente não tem qualquer sintoma durante essas aplicações. É importante saber que a radiação não fica no corpo e o paciente não sai com qualquer risco de emitir radiação.


Outra forma de liberar radiação na próstata é através da introdução de material radioativo no interior da mesma. Esse material, chamado Iodo-125, possui o tamanho de um grão de arroz (5 mm de comprimento por 0,5 mm de diâmetro) e essas sementes são introduzidas com o paciente anestesiado através do períneo (espaço entre o ânus e a bolsa escrotal), guiadas com ultrassonografia transretal.


O paciente fica a vida inteira com esse material no interior da próstata. Como esse material deixa de ser radioativo com o tempo, após aproximadamente um ano, não há mais radiação no corpo. Embora a exposição à radiação seja muito baixa, mesmo nas primeiras semanas após o implante, o paciente não oferece qualquer risco para outras pessoas. Mesmo assim recomenda-se que o mesmo não carregue criança no colo nem fique muito próximo de mulher grávida.


Esse implante é chamado de braquiterapia permanente de baixa taxa de dose (a dose prescrita é liberada em aproximadamente 10 meses) e deve ser realizada apenas para pacientes com tumor localizado e com próstatas pequenas (abaixo de 50 gramas).

   
A radioterapia externa possui várias vantagens: tratamento não invasivo, indolor, não possui risco anestésico, pode ser oferecido para pacientes idosos, para os com saúde comprometida ou com outros fatores que os levam a não tolerar uma cirurgia. A incontinência urinária é raramente observada apenas com radioterapia externa. Em contrapartida, pode causar complicações retais tardias, como sangramento nas fezes. Com o advento das técnicas modernas de liberação de dose, essa complicação diminuiu substancialmente.

   
 A principal desvantagem da radioterapia é a ausência das informações detalhadas das características patológicas da doença e sua real infiltração. No entanto, toda a próstata, com margens além da cápsula, são incluídas no volume de tratamento. Outra desvantagem, que muitas vezes é levada em consideração pelo paciente, é o tempo relativamente longo do curso da radioterapia externa, em torno de 36 a 40 dias úteis.


Há poucas contra-indicações da radioterapia externa e elas são mais relativas do que absolutas. É o caso de pacientes muito idosos e com saúde debilitada que limita a sua expectativa de vida e o de portadores de colagenoses e de doenças inflamatórias do intestino, que aumentam as chances de complicações da radioterapia.

   
A tolerância da radioterapia externa é muito boa pelos métodos atuais de tratamento. Muitos pacientes não chegam a reportar qualquer sintoma durante as aplicações. As queixas mais comuns são urinárias, coma ardor para urinar ou aumento da frequência urinária, que ocorre em aproximadamente um terço dos pacientes e que são causadas pela irradiação do colo da bexiga.


Por conta disso, antes de iniciar um curso de radioterapia externa, os pacientes devem ser questionados sobre a presença de sintomas urinários e, se houver, uma avaliação urológica deve ser realizada para indicação de um possível tratamento que possa evitar piora desses sintomas durante o tratamento. Em geral, esses sintomas são amenizados com medicação oral.

   
Assim como a cirurgia, a radioterapia também pode causar disfunção sexual e ela ocorre em aproximadamente um terço dos pacientes após o término das aplicações. A causa principal é devido às alterações da vasculatura peniana, porém, outras têm sido descritas. A real incidência da impotência sexual é difícil de ser mensurada porque vários fatores devem ser considerados, como doenças associadas, potência antes do tratamento, efeitos psicológicos, uso de bloqueio hormonal e outros que podem afetar o desempenho sexual.


Além disso, muitos pacientes não são totalmente fidedignos quanto às informações sobre a sua capacidade de libido. Uma característica da impotência gerada pela radioterapia é a resposta favorável a drogas que agem no mecanismo vascular, como o viagra e o sialis.

Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, é muito importante o paciente consultar tanto médicos urologistas como especialistas em radioterapia, conhecidos como médicos radioterapeutas ou rádio oncologistas. Esses últimos têm a capacidade de explicar as indicações, características tanto da radioterapia externa como da braquiterapia e os riscos e benefícios de cada tipo de radioterapia.


Durante essa consulta é importante o paciente tirar as principais dúvidas, tais como, o número de aplicações, a técnica que será utilizada, os efeitos colaterais esperados, as chances de complicações e cura, entre outras. Outra informação importante é saber se o médico que será responsável pela radioterapia possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Radioterapia.


O câncer de próstata é altamente curável quando nas fases iniciais e a escolha do tratamento deve ser cuidadosa e criteriosa não só para obtenção da cura mas também para preservação de uma boa qualidade de vida.




Fonte: http://www.oncoguia.org.br